[Dupla Função] Empresas durante Pandemia intensificam precarização do trabalhador do transporte

Dupla função no transporte público da Região Metropolitana de Curitiba

​No transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba, a dupla função do motorista – quando o mesmo é obrigado a cobrar passagens e dirigir o ônibus ao mesmo tempo -, tem  impactos corrosivos tanto para vida dos trabalhadores quanto dos usuários. Os motoristas têm um aumento de carga de trabalho que implica em danos à saúde mental, devido ao alto stress gerado pela atividade excessiva e aumento de risco de acidentes, por terem que conciliar a atenção no trânsito, na cobrança dos valores e na volta dos trocos. 

As pressões são muitas: prestar atenção no ônibus, nos passageiros, no trânsito, no horário e no dinheiro – se der “furo no caixa”, se faltar dinheiro na contagem ao final do expediente, o motorista tem que tirar do próprio bolso. Outro problema são os atrasos nos horários que afetam diretamente os usuários, assim como nos riscos de acidentes que expõem as vidas dos passageiros. A precarização do transporte público, fica cada vez mais evidente, afetando trabalhadores e quem depende do transporte – a dupla função compromete a qualidade do serviço, mas o preço da passagem continua a aumentar e o salário dos motoristas, quando aumenta, não passa de pequenos valores.

Com a pandemia, todas as empresas do transporte público da Região Metropolitana de Curitiba adotaram a dupla função do motoristas. Reduzindo o montante de ônibus disponíveis em diferentes horários, as empresas passaram a liberar parte dos trabalhadores para ficarem em casa, principalmente os que compõem os grupos de risco, como idosos e aqueles que possuem comorbidades. Os cobradores foram os principais a serem liberados, ficando a cargo dos motoristas a exercerem a dupla função no transporte. 

Durante a semana, em horários com menor movimento, e nos finais de semana, são os dias em que se é comum ver ou pegar um ônibus com apenas o motorista dentro do veículo recebendo as passagens e dirigindo. Além de estarem sobrecarregados, os motoristas reclamam que as empresas em nenhum momento aumentaram os salários dos trabalhadores em dupla função, ou seja, trabalham por dois, mas ganham salário de um. Se não bastasse, em diversas empresas, motorista perderam o direito de receberem as horas extras em dinheiro, que agora são pagas com bancos de horas.

No município de São José dos Pinhais, a situação é ainda mais caótica. A dupla função que vinha ocorrendo mesmo antes do início da pandemia, agora passa a ocorrer com mais frequência. Além da dupla função os motorista são obrigados em algumas empresas a terem que lavar os carros, trabalho que antes era executado por funcionários dedicados a esta tarefa, o que leva o motorista a ter que trabalhar mais horas sem estar recebendo por isso. Neste município, a LEI Nº 2487/2014, que proibia as empresas de manterem a existência desta prática, deixou de valer. A dupla função do motorista passa a ser permitida pela LEI Nº 2967/2017. 

Esta última lei proíbe apenas as empresas de “incumbirem aos motoristas à atribuição de cobrança de passagem em espécie que venha a exceder durante a jornada de trabalho mensal a quantidade de 5% (cinco por cento) dos usuários de cartão cidadão, vale transporte, estudante, sênior, especial e artes”. A fiscalização seria realizada por meio de relatórios da função exercida por cada motorista, feitos pelas próprias empresas, a serem cedidos a Prefeitura de São José dos Pinhais. Tal forma de controle mostra-se de cara frágil, devido a possibilidade da manipulação dos dados, pois a referida lei não apresenta mais nenhuma outra forma de garantia para com a veracidades dos números cedidos pelas empresas. 

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

#contraotarifaço2017 – praça 19 de dezembro (casal nú) – 06.02.17 18h

Greve de ônibus: LOCKOUT eleitoreiro ou tarifaço à vista?

“MAIS UM AUMENTO, EU NÃO AGUENTO!”

Contratos descumpridos, ônibus quebrados, esperas de mais de 40min, licitação sem concorrência, corte da integração metropolitana, tarifas abusivas, LOCKOUTS…

Quem pode enfrentar isso? A “coragem” de prefeitos pintores, que varrem ruas e “enfrentam” sem tetos? É claro que não.

Só nós podemos fazer a diferença na construção de um transporte não apenas para todos, MAS TAMBÉM FEITO POR TODOS.

Por isso é necessária a participação popular hoje, 18h na praça 19 de dezembro (praça do casal nú).

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

#CONTRAOTARIFAÇO 2016 – DIA 02: MANIFESTAÇÃO 02!

LCzine - TUBO

Nesta segunda feira, fizemos a primeira manifestação #CONTRAOTARIFAÇO 2016. Em plenária, estabelecemos nossa meta de congelar definitivamente o aumento da tarifa (3,70) em valores anteriores ao aumento (3,30).

Para mudar o transporte que hoje só serve à políticos eleitoreiros e concessionários, SOMENTE COM SEU PROTAGONISMO.

Percebemos ainda que a solidariedade aos trabalhadores do transporte (motoristas e cobradores) é fundamental, já que os concessionários praticam o LOCKOUT cortando salários e outras verbas destes trabalhadores. Existe também o empenho em culpar estes trabalhadores pelo próximo aumento da passagem (sim, haverá outro já, já!).

Por outro lado, a idéia do CARTEL do transporte é eliminar o emprego dos cobradores, que num projeto popular de transporte PÚBLICO, podem ser aproveitados na expansão da frota, sendo promovidos a motoristas ou assumindo funções de apoio e administrativas.

É importante salientar que a licitação SEM CONCORRÊNCIA DE 8,6 BI exigiu aumento de velocidade média dos ônibus superlotados em até 6 passageiros/m2,  justamente para evitar a expansão da frota, maximizando ganhos do CARTEL.

Não adianta crer no prefeito ou num judiciário que sistematicamente dá razão ao CARTEL. A mudança só vai acontecer se CURITIBA rejeitar o abuso e dizer não a seu sequestro pelo CARTEL DO TRANSPORTE COLETIVO MODELO.

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

#CONTRAOTARIFAÇO 2016

metalPLENÁRIA #CONTRAOTARIFAÇO 2016!

Hoje, 01.02.2016, estaremos na praça Rui Barbosa para realização de uma Plenária Popular #CONTRAOTARIFAÇO.

Nossa pauta principal é o CONGELAMENTO DEFINITIVO da tarifa, no valor prévio (3,30) ao aumento (3,70).

Uma licitação de 8,6 BILHÕES, SEM CONCORRÊNCIA, constantes LOCKOUTS (paralisações promovidas pelos concessionários), falta de segurança e acidentes deterioraram o transporte de Curitiba, o meio ambiente e a economia local, afetando a TODOS E TODAS, mesmo não sendo usuário do precarizado sistema.

É possível mudar um Transporte Coletivo voltado só para interesses eleitoreiros e empresariais? Sim! Mas isso depende do protagonismo de cidadãos e cidadãs de Curitiba e região.

ASSEMBLÉIA DE TRABALHADORES DO TRANSPORTE COLETIVO DE CURITIBA.

Hoje haverá também assembléia de Trabalhadores do Transporte Coletivo, que estão sofrendo com os cortes sistemáticos promovidos pelo CARTEL DO TRANSPORTE COLETIVO MODELO DE CURITIBA.

Desde já manifestamos nossa solidariedade e sugerimos aos Trabalhadores do Transporte que um eventual movimento grevista mantenha 100% dos ônibus em operação e 50% dos trabalhadores paralisados, quais sejam somente os COBRADORES, de forma que a população possa utilizar o serviço essencial.

Desta forma, cumpre-se a lei sem suspender o serviço essencial à população, evitando-se multas ao sindicato.

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

PANFLETAGEM CURITIBA: DIA NACIONAL DO PASSE LIVRE

Dia Nacional 2015 121TRAS

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

Vereador propõe projeto reacionário de criminalização da pobreza na Câmara de Curitiba

Vereador Rogério Campos

Vereador Rogério Campos, ligado à diretoria do SINDIMOC – sindicato de motoristas e cobradores de Curitiba.

É impressionante, mesmo após as manifestações de junho de 2013 pela Tarifa Zeros em todo país, ainda existirem políticos anacrônicos com propostas retrógradas como essa repudiada pelo MPL-Curitiba recentemente. No dia 25 de Setembro de 2015 o vereador Rogério Campos, do PSC, entrou com pedido de tramitação de uma lei a fim de criminalizar e penalizar “fura tubos”.

A ementa do projeto de lei apresentada pelo vereador para a apreciação da Câmara dos vereadores tem seis artigos que, de maneira reducionista e rápida, estereotipa o “fura tubos” como violador penal; legisla sobre maioridade penal ao criminalizar estudantes menores de idade e ainda estipula multa, para aquelas pessoas que não tem dinheiro pra pagar a tarifa, no valor de 50 tarifas. Caso haja reincidência o valor é multiplicado por dois.

O MPL se posiciona em caráter de repúdio a essa proposição reacionária. Segundo o mesmo vereador, a punição é administrativa e arbitra pena no valor de 50 tarifas ao infrator ou múltiplos de dois, caso haja reincidência. Porém não concebemos desta forma, visto o projeto foi fundamentado no Código Penal, o que é perigoso e pode abrir precedentes à criminalização de menores estudantes.  Além disso, o projeto de lei é inconstitucional e ilegal, vista a pretensão em colocar o município a legislar em matéria penal o que não é de sua competência.

Será que o vereador está desinformado sobre como o transporte coletivo incide vetorialmente na evasão escolar em todos os níveis no país?

Segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) referente ao ano de 2011, a taxa de evasão escolar no Ensino Fundamental brasileiro é de 2,8% dos matriculados, tendo a ampla maioria ocorrida nas redes pública municipal e estadual. Já no Ensino Médio, a taxa mais que triplica: 9,8% dos alunos abandonam os estudos (a maioria também faz parte da rede pública). Nas universidades públicas e privadas, a taxa de evasão atingiu 14,4% dos estudantes em 2010, de acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC).

No Brasil, as maiores taxas de evasão ocorrem durante o ensino superior, quando já não existe transporte escolar gratuito – como no ensino básico – e nem sempre é possível estudar em instituições de ensino próximas de casa.  “Quanto mais velha a pessoa vai ficando, mais ela terá que bancar sozinha sua passagem de ônibus” (MPL). De acordo, “esse estudante vai ter que trabalhar pra conseguir pagar o transporte até a escola, uma dificuldade a mais, o que com certeza influencia na questão da evasão escolar”.

O MPL enfatiza que o direito de circulação na cidade – através da tarifa zero – é fundamental para que o cidadão possa exercer outros direitos, como ter acesso à saúde e educação. “Se você não tem transporte público gratuito e precisa pagar uma passagem, há algo te impedindo de ter acesso a esses direitos”. A relação entre transporte e educação vai além da escola. “Tem uma série de atividades que complementam a educação nas escolas, como o acesso à cidade aos finais de semana para visitar museus, ir ao cinema e ao teatro.”

Transporte público ruim afeta saúde, educação e cultura

Os efeitos negativos de um transporte público caro e de má qualidade não estão restritos à questão da mobilidade urbana. Prejudicam também outras áreas vitais para a vida do cidadão, como saúde, educação, finanças e cultura. Especialistas e integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) avaliam que a mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida, além de ser um dos maiores causadores de estresse da vida das pessoas.

“É um trauma para todo mundo. Principalmente para quem fica em pé, duas horas, crucificado, com alguém tentando pegar bolsa, apalpar. Não é à toa que as pessoas estão preferindo usar motocicletas, mesmo que isso represente risco a própria integridade física por causa dos acidentes, e não é à toa que essas manifestações conseguiram tantas adesões”, disse o doutor em Políticas de Transporte pela Universidade Dortmund, na Alemanha e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Joaquim Aragão.

As manifestações citadas pelo especialista foram iniciadas pelo MPL: “Defendemos Tarifa Zero porque, além de ser a única forma de as pessoas terem acesso à cidade, o transporte público beneficia áreas vitais como saúde e educação. Por isso já imaginávamos que nossa luta se espalharia pelo país, mas não que iria alcançar a dimensão que alcançou”.

De acordo com o MPL, o incentivo ao uso de transportes individuais causa também problemas como aumento da poluição e do número de atropelamentos, o que resulta em mais gastos e problemas para a saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, 42.844 pessoas morreram nas estradas e ruas do país. Deste total, 10.820 acidentes envolveram motos. No mesmo ano, o gasto total do Sistema Único de Saúde (SUS) com acidentes de trânsito foi R$ 187 milhões. Só com internação de motociclistas foram gastos R$ 85,5 milhões.

Além disso diversos tratamentos de saúde deixam de ser feitos porque os pacientes não têm condições de pagar pelo deslocamento. E o problema relacionado à falta de condições para custear os transportes também afeta o direto e a qualidade da educação.

“Frequentei muitas escolas públicas. É comum alunos faltarem aulas por não terem dinheiro para ir à escola. Além do mais, direito à educação não está restrito a apenas ir à escola ou ao banco escolar. Os estudantes precisam ter acesso à cultura, a visitar museus. E, sem circular, não há como ter acesso a isso. A grande maioria não vai ao centro da cidade, museus, centros culturais para complementar sua formação”.

Segundo Aragão, dificuldades para mobilidade urbana afetam diretamente o rendimento escolar de jovens e crianças, que ficam cansados e com o sono sacrificado. “É um fator a mais a prejudicar o rendimento, além da qualidade de instalações do ensino público. Da mesma forma, afeta também a evasão escolar, a formação de profissionais e a produtividade do país”, disse o especialista.

“A mobilidade bloqueia inclusive a vida social do cidadão de baixa renda, que fica sem acesso a entretenimento, cultura e lazer. Estes são privilégios das pessoas motorizadas. Uma família de quatro pessoas que queira se deslocarem da periferia até um parque no centro da cidade gastará R$24, caso a passagem unitária custe R$3. Para quem recebe salário mínimo, isso é impossível”.

Arquiteto, urbanista e especialista em transporte público, Jaime Lerner diz que por trás das manifestações iniciadas pelo MPL está o descrédito nas políticas públicas e a falta de respostas à sociedade, sobre os diversos serviços públicos prestados a ela. “E tudo fica mais fácil em todas as áreas quando se tem um bom transporte público”, disse o ex-prefeito de Curitiba (PR).

E daqui pra frente…

O projeto de lei ordinária do vereador Rogério Campos está em fase de apreciação na Comissão de Legislação e Justiça da Câmara de Vereadores de Curitiba.
Muito provavelmente um parecer jurídico deve ser apresentado nas próximas semanas, já que a comissão tem trinta dias para analisá-lo, apresentar um parecer jurídico e mais dez dias para publicá-lo em diário oficial.

Esperamos nesse meio tempo, entre a análise da comissão e a publicação do parecer jurídico, o vereador Rogério Campos faça as devidas considerações e retire a proposta da pauta de votação. Desejamos que na próxima proposta o vereador seja mais feliz no conteúdo.

Que realmente favoreça a população usuária do transporte coletivo. Que ao invés de defender o lucro dos empresários do transporte com criminalizações e multas para quem não pode pagar os altíssimos preços da tarifa de ônibus em Curitiba apresente propostas descentes que viabilizem a inclusão do maior número usuários no transporte coletivo.

Só assim o vereador levará em conta, em sintonia com a população juntamente com a Câmara do Senado, a aprovação da PEC que elevou o transporte coletivo a direito social garantido pela constituição (http://www.conjur.com.br/2015-set-10/senado-aprova-pec-eleva-transporte-direito-constitucional).

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

DEBATE 1o. DE OUTUBRO

panfleto 1.10.15

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE O CMT – CONSELHO MUNICIPAL DO TRANSPORTE.

O MPL Curitiba não possui qualquer relação com o indivíduo que se declara REPRESENTANTE DOS USUÁRIOS no CMT – Conselho Municipal do Transporte, qual seja Luiz Felippe de Castro Henning. O referido indivíduo não integra organicamente o Movimento Passe Livre de Curitiba, apesar de utilizar-se do ambíguo título de “Entidade Representativa do Sinditest/ Passe Livre”.

Na verdade, o mais provável é que o referido indivíduo desenvolva proposta ligada ao SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO TERCEIRO GRAU PÚBLICO DE CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA E LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ – SINDITEST, atualmente ligado ao PSTU.

O MPL Curitiba desenvolve ações de base, ligadas ao combate à desinformação promovida junto à população, relacionados ao transporte coletivo de Curitiba. A ação direta é nossa principal estratégia. Outro viés de ação é a mobilização e agitação política junto a bases populares, entretanto, esta atividade vem sendo prejudicada justamente por métodos rasteiros de calúnia e perseguição pessoal promovidos por sindicatos ligados a certos partidos políticos e estudantes pertencentes a coletivos aparelhados por estes partidos.

Estamos acostumados aos nefastos métodos de partidos políticos de esquerda que não aceitam a autonomia do movimento popular, querendo aparelhá-los a qualquer custo, como fazem com muitos sindicatos.

Neste momento, é importante lembrar que o CMT é um conselho Chapa Branca, usado para falsificar a participação popular. Isso já foi denunciado pelo MPL Curitiba várias vezes. Como se pode ver no link a seguir, o referido conselho se compõe de 11 membros, sendo que nove são de órgãos de governo, um é da PUC, um é do sindicato dos motoristas e cobradores e aquele que se afirma representante dos usuários é do sindicato de professores de universidades públicas.

http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/conselho-municipal-de-transporte-toma-posse-na-semana-que-vem/35933

 

Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

TRABALHADORES DO TRANSPORTE E CONCESSIONÁRIOS – COMPARAÇÃO DE DIREITOS E RESPONSABILIDADES

COMPARATIVO DE DIREITOS E RESPONSABILIDADES
TRABALHADORES CONCESSIONÁRIOS
GANHOS Possuem salário baixo e concorrem com outros trabalhadores desempregados. Ganharam licitação pedindo o valor máximo possível, absolutamente sem concorrentes.
CORREÇÃO NOS GANHOS Em termos de salário, jamais ganham o que pedem. Em termos de repasse ou “tarifa técnica”, o que pedem, ganham. Inclusive já estão ganhando os R$ 3,05 que pediram, gerando rombo no orçamento municipal e ameaçando integração com região metropolitana.
ACIDENTES Em acidentes, como no caso da tragédia da Tiradentes, o motorista pode ser preso ainda ferido e em estado de choque. Em acidentes, como na tragédia da Tiradentes, até hoje não houve responsabilização dos concessionários.
ESTABILIDADE Não possuem estabilidade no emprego, podendo ser demitidos a qualquer momento. Possuem estabilidade: o contrato da última licitação é para até 25 anos.
PARALIZAÇÕES Quando fazem greve, são multados pelos nobres juízes e promotores da sociedade paranaense. Não há qualquer responsabilização/ penalização pela greve de seus funcionários, já sendo vista pela população como LOCKOUT proposital, para forçar os aumentos.
PREJUÍZOS Assumem responsabilidades: prejuízos com assaltos (isso quando sobrevivem) ou fura tubos, são muitas vezes cobrados dos trabalhadores. Não assumem responsabilidades: sequer pela compra de equipamentos se resposabilizam, acusando a URBS como culpada por terem comprado vários ônibus que não cabiam na canaleta.
AUMENTO DA VELOCIDADE E FATURAMENTO Não assinaram o contrato da licitação fraudulenta que aumentou a velocidade média dos veículos, mas sofrem penalização por atrasos. Sem consulta aos trabalhadores do sistema, assinaram unilateralmente com a URBS o contrato da licitação fraudulenta, prevendo aumento da velocidade média, para aumentrar faturamento sem aumentar frota.

ESTÁ BASTANTE CLARA A DEMONSTRAÇÃO DE QUE O TRANSPORTE COLETIVO DE CURITIBA É VIRTUALMENTE OPERADO POR UMA COOPERATIVA DE TRABALHADORES, TODAVIA, SUJEITA À PRESSÃO DIRETA DA CONTRATANTE URBS E AOS RISCOS DA CONTRATAÇÃO.

PS.: A boa notícia é que a autogestão nunca esteve tão próxima!!! SÓ DEPENDE DE CURITIBA SE UNIR AOS TRABALHADORES DO TRANSPORTE!!!

Publicado em Uncategorized | 4 Comentários

O transporte coletivo não é público: é um grande negócio!

LCzine - TUBOTodos os anos, celebramos o dia 26 de outubro como uma ocasião de luta. Essa data é importante porque remonta às mobilizações e conquistas da Revolta da Catraca de 2004 em Florianópolis, uma das lutas que deu origem ao Movimento Passe Livre. É preciso manter viva a memória para sempre lembrar que nossa luta não começou agora – e que só vai terminar com o fim de todas as catracas.

Em Curitiba, logo nas primeiras semanas de instalação da CPI da URBS em 2013 (reivindicada pelo movimento por pelo menos 7 anos para que fosse instalada), o MPL-Curitiba denunciou fraude nas investigações, com uma bela tortada na cara do diretor da URBS que mentia há horas para a comissão de inquérito, o que nos rendeu uma série de perseguições políticas, violência policial, processos com celeridade invejável para os padrões nacionais e sentenças injustas à favor dos empresários denunciados por fraude e roubo do dinheiro público.

Desde 2005, o MPL-Curitiba denuncia sem trégua que o transporte coletivo em Curitiba não é público. Para os empresários de transporte coletivo, a falta de espaço no interior dos tubos e ônibus é um ótimo negócio: a prefeitura paga as empresas de ônibus através do cálculo misto entre quilômetro rodado e passageiro transportado, o que significa quanto mais passageiros elas enfiarem dentro de cada ônibus, mais dinheiro vão ganhar, com o menor custo possível. Para elas, é melhor que o ônibus passe pouco, e sempre muito lotado.

Não é à toa esse sistema que a concentra todos os passageiros em terminais espalhados em poucos locais na cidade. O prejuízo do usuário, forçado a pegar mais de um ônibus e a enfrentar uma fila enorme no terminal, representa lucro para o empresário, que ganha mais a cada vez que giramos catraca. Ao priorizar como única alternativa os terminais de ônibus, a população amarga muitas horas no deslocamento entre sua morada até o local do emprego. A integração entre as linhas de ônibus poderia ser feita a partir de qualquer local da cidade, caso a tarifa fosse ZERO. Há falta de lógica no atual sistema em que o passageiro atravessa a cidade de norte a sul para poder pagar apenas uma passagem a fim de realizar a integração entre linhas diferentes. Esse prejuízo em horas perdidas dentro dos ônibus é o lucro real dos empresários do transporte coletivo. O governo não consulta ninguém e atrapalha a vida de muita gente ao priorizar apenas os interesses empresariais.

Assim, o direito de ir e vir se transforma em uma mercadoria e deixa de ser um direito. Construido para sustentar os lucros de famílias riquíssimas essa mercadoria é vendida a um preço que a esmagadora maioria não pode pagar.

O tubo de ônibus é uma estrutura cara, ineficiente e responsável pelo adoecimento dos cobradores e passageiros sujeitos aos intemperes climáticos acentuados em seu interior e fora dele. Passageiros são obrigados a ficar em enormes filas para fora dos tubos que nunca comportaram o número de pessoas dentro dele. Ela só beneficia a estética para propagandear a cidade para quem não mora nela. Além disso, funciona como barreira que impede aqueles que constroem e fazem a cidade funcionar a cada dia de usufruir dela. Quem é excluído do transporte, porque não tem dinheiro para a passagem, é excluído da cidade; deixa de ter acesso a tudo aquilo que está a um ônibus de distância: a escola, o hospital, o centro cultural, a casa dos amigos e da família, um emprego, uma casa. Ao revogar o aumento da passagem em junho de 2013, derrubamos algumas pedras dessa gigante muralha, mas não podemos parar por aí! Enquanto o transporte tiver catraca, a cidade não será de todos. Nossa luta é pela Tarifa Zero, pelo projeto de parceria público popular, o PPPop-Tz!

Cobrar por um serviço que beneficia toda a cidade, como o transporte coletivo, só de quem usa (na maioria das vezes porque não tem outra opção) não é uma escolha técnica ou econômica. É uma decisão política: de quais interesses serão atendidos. Se antes eles diziam que baixar a passagem era impossível, a revolta do povo provou que não é. Se agora eles dizem que Tarifa Zero é impossível, ao concorrermos com grandes grupos empresariais a licitação municipal do metrô curitibano com nossa proposta de PPPop-Tz negada pela prefeitura, nossa luta provará que eles estão errados.

Um transporte público de verdade não pode ser um impedimento para a gente sair de casa, seja porque não tem dinheiro, seja porque não quer enfrentar o sufoco dos ônibus e perder horas nas filas e no trânsito. Um transporte público de verdade é o que atende às necessidades da população, sem excluir quem não tem dinheiro. Somos nós, que usamos ônibus todo dia, que sabemos como é o transporte que queremos, por onde devem passar as linhas, quantos ônibus são necessários.

A suspensão do aumento da tarifa em 2014 foi só o começo! Em 17 de março de 2014, na ocasião da assembleia geral contra o tarifaço, na boca maldita, mostramos que é a população, quando se une, que manda no transporte e que se a gente não quiser, a tarifa não vai subir. Agora queremos mais! E não adianta esperar que quem lucra com nosso sufoco vai fazer algo para mudar ele: é só a nossa luta que vai fazer um transporte de fato público.

O Movimento Passe Livre Curitiba (MPL-Curitiba) é um movimento social autônomo, independente e apartidário que luta para que o transporte seja público de verdade: gerido fora da iniciativa privada, sem tarifa, sem tubos e nem catraca. Se queremos transformar o sistema de transporte e a cidade, não podemos esperar de braços cruzados. Por isso nos organizamos em nossos bairros e escolas para discutir os problemas do transporte e lutar, nem que para isso seja preciso sair às ruas, fechar avenidas, montar barricadas, ocupar terminais, furar tubos e pular catracas.

out.2014
MPLCURITIBA

Publicado em Uncategorized | 1 Comentário